A presente obra é derivada da tese com a qual a autora obteve o título de Doutora em Direito pela Universidade Federal do Paraná. Traz a proposta de uma governança de inteligência artificial para órgãos públicos focada na explicabilidade, a partir do dever constitucional de transparência e recomendações internacionais sobre o tema. Os riscos associados à tecnologia e o número de pessoas que podem ser afetadas, também justificam a necessidade de compreensão de como a tecnologia foi construída e opera.
A crescente digitalização do poder público e o uso de sistemas automatizados para a tomada de decisões trouxeram agilidade e eficiência à administração pública, mas também trouxeram riscos. Os riscos e problemas associados à tecnologia podem ser maiores de acordo com os algoritmos utilizados e o grau de transparência do sistema. Apesar de a Constituição Federal de 88 prever o princípio da transparência, ainda são necessárias diretrizes para estabelecer requisitos que o poder público deve atender e quais informações devem ser fornecidas.
O uso da inteligência artificial explicável pode auxiliar a compreender o funcionamento do sistema e viabilizar o uso responsável e auditável da inteligência artificial. As experiências nacionais e internacionais mostram que a falta de explicação do algoritmo e da finalidade do sistema, aliada à ausência de uma discussão pública prévia, contribuem para os efeitos negativos em grande escala. Os princípios constitucionais da publicidade, motivação e transparência justificam esforços neste sentido. A principal contribuição deste trabalho foi estabelecer uma ligação entre o dever constitucional de transparência no setor público e a transparência nos sistemas de inteligência artificial, além de estabelecer diretrizes de governança de inteligência artificial para concretizar este princípio.
A autora procede a uma percuciente e minuciosa análise do quadro normativo existente e das medidas propostas e sugere mecanismos para garantir que o uso da IA na Administração Pública respeite o dever de transparência. (Trecho extraído do prefácio do livro)
Autor do Prefácio
Ricardo Villas Bôas Cueva
Ministro do Superior Tribunal de Justiça e Presidente da CJSUBIA
Saber conciliar estes dois campos do conhecimento, o da tecnologia computacional, e o campo jurídico, da tecnologia social, talvez seja uma das grandes virtudes da pesquisadora e do seu livro. (Trecho extraído do prólogo do livro)
Autor do Prólogo
Cesar Antonio Serbena
Professor Titular de Filosofia do Direito da UFPR
Inteligência Artificial na Administração Pública Brasileira: Uma abordagem transparente e explicável
Livro
Aline Macohin
17 outubro 2023
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Doutora em Direito pela UFPR. Mestre em Computação Aplicada pela UTFPR. Advogada e Analista de Sistemas com 15 anos de experiência. Autora, palestrante e parecerista na área de Direito e Inteligência Artificial.
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